quarta-feira, 30 de junho de 2010

O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO - DA INGLATERRA AO BRASIL E AO PARANÁ

Prof.Me. Roberto Bondarik

 

            Conhecer as origens da indústria no Paraná é uma tarefa que passa necessariamente pela aquisição de melhores e mais pontuais informações sobre o inicio deste processo, que é chamado de industrialização. Deve-se procurar conhecer também as origens e começo desta atividade transformadora em solo brasileiro. Levando tudo isto em consideração, sendo assim registramos algumas informações norteadoras.

            Iniciado na Grã-Bretanha, no século XVIII, o processo de industrialização caracteriza-se basicamente pela utilização de máquinas na atividade de produção de bens e serviços. Ocorre uma intensa substituição sistemática da força e da habilidade humana por máquinas ou engenhos mecânicos e também a divisão da produção. O processo de mecanização da produção deu inicio a um processo que foi denominado de Revolução Industrial e acabou possuindo, conforme destacado por Iannone (1995), diversas fases sucessivas de desenvolvimento e progresso que puderam ser identificadas e que sofrem variações conforme o enfoque que é empregado pelos diveros autores: a primeira destas fases ficou restrita a Grã-Bretanha, entre os anos de 1760 até 1850, fez-se uso intenso da energia a vapor, do ferro como princioal material e concentrou principlamente na indústria têxtil de algodão; a segunda fase por sua vez, estabelece-se entre os anos de 1850 e estende-se até o inicio do século XX, foi caracterizada pela difusão do processo de industrialização pela Europa, América do Norte e Ásia, caracteriza-se pela produção e utilização de aço em substituição ao ferro, produção  e uso da eletricidade e do petróleo e seus derivados; a terceira fase, chamada de Terceira Revolução Industrial, ocorre em meados do século XX, apresenta-se pela intensificação e desenvolvimento da automação industrial, da informática, da robótica, da microeletrônica, da engenharia genética, e diversas outras inovações tecnologicas e métodos produtivos.

            A indústria tornou-se o objeto de desejo e o paradigma ideal de desenvolvimento econômico de diversas populações, empresários e governantes. Isto pode ser evidenciado no Brasil contemporâneo, em que industrialização passou a ser sinônimo de emprego.

            Em referência a industrialização brasileira, este processo teve inicio de forma sistematica, com as ações de Irineu Evangelista de Sousa, Barão e depois Visconde de Mauá, conforme exposto por Caldeira (1995). Mauá instalou o “Estaleiro de Ponta da Areia”, adquirido por ele em 11 de Agosto de 1846 e transformado na primeira industria moderna brasileira, construiu também a primeira ferrovia brasileira ligando o Rio de Janeiro até Petrópolis, estendeu o primeiro cabo submarino ligando o Brasil à Europa, entre tantas outras realizações. Ponta da Areia foi um marco na industrialização do Brasil, não somente construindo navios, mas colaborando coma mecanização da produção brasileira em diversos setores:

“(...) Não demorou muito para que dali começasse a sair algumas inovações que seu dono julgava adequadas ao mercado brasileiro: engenhos de açúcar completos movidos a vapor, bem mais produtivos que os toscos mecanismos tocados por bois e rodas d’água em uso no país; pontes de ferro que podiam ser montadas em pouco tempo mesmo nos rios mais largos; canhões de bronze para os navios de guerra; navios a vapor completos; fornos siderúrgicos e bombas de sucção (...) a Ponta da Areia provava o valor da iniciativa individual como caminho para o desenvolvimento.” (CALDEIRA, 1995, p.191-192)

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CALDEIRA, Jorge. Mauá, Empresário do Império, São Paulo, Companhia das Letras, 1ª edição, 1995;

COSTA, Samuel Guimarães da. A Erva-Mate. Curitiba: Farol do Saber, 1995;

IANNONE, Roberto Antonio. Revolução Industrial, São Paulo: Editora Moderna, 7ª ediçào, 1995;

 

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